O cartel, apresentado em 1964 por Jacques Lacan como dispositivo, no ato de fundação da Escola Freudiana de Paris, foi imaginado como peça de articulação de todos os momentos de trabalho na Escola. Em 1980 teve sua formalização aprimorada como órgão de base, a partir do qual quatro se escolhem, para empreender um trabalho que deve ter seu produto próprio a cada um e não coletivo.
A estrutura de cartel, com sua configuração descentralizada, representa uma abordagem inovadora para a produção e transmissão do saber psicanalítico. Como dispositivo de Escola, promove deslocamentos e abertura ao singular de cada cartelizante, subvertendo a dinâmica de grupo, mantendo viva a Psicanálise e reafirmando a lógica do não-todo. A função do +1 é essencial para possibilitar o enodamento do cartel. Na medida em que o nó é a presentificação de um furo central, o +1 irá remeter ao furo do saber e a partir daí suportar a transferência de trabalho.
O funcionamento do dispositivo de cartel tem início com a inscrição na lista “Procura-se Cartel”, que organiza temas ou significantes deles extraídos. Com o registro nessa lista, o trabalho do cartel se inscreve na lógica da Escola. A inscrição pode ser feita por e-mail enviado à Comissão de Cartel (cartel.aleph.psicanalise@gmail.com), contendo: tema proposto, nome completo, telefone e endereço de e-mail. Assim será incluído na lista “Procura-se Cartel”, permanecendo até que haja um número mínimo de inscritos ou por um período máximo de um ano. Com três inscritos, a Comissão de Cartel intermediará um primeiro contato para que as pessoas se reúnam e escolham alguém para a função de +1. O registro do cartel na Escola será realizado pelo +1, passando assim a constar na lista de “Cartéis Inscritos”. Lembramos que qualquer dissolução de cartel também deve ser informada, pelo +1, à Comissão de Cartel.
A Comissão de Cartel integra o trabalho de Acolhimento da Escola, em parceria com a Coordenação de Acolhimento e a Comissão de Ensino. Trata-se, na função Acolhimento, do trabalho de apresentação da política de formação permanente da Escola e de interrogação dos que a ela se dirigem, acerca de seu percurso e de seu desejo, tendo em vista a transferência à causa analítica.
Em 2024, foi realizada a Jornada de Dispositivos, um evento que trouxe efeitos importantes para mantermo-nos atentos à política de Escola. Para o início do segundo semestre de 2025, a Comissão de Cartel continuará trabalhando junto à Comissão de Passe na organização da II Jornada de Dispositivos, dando continuidade ao trabalho incessante de repensar a Escola.
Encontros periódicos serão realizados durante o ano, nos quais estarão convidados os colegas de carteis em andamento, aqueles inscritos na lista “Procura-se Cartel” e quem mais possa se interessar, para trocar experiências e conversar sobre o dispositivo. O primeiro encontro de 2025 está previsto para a segunda quinzena de março, e as datas adicionais serão confirmadas ao longo do ano.
Comissão de Cartel: Ana Patrícia Brazil, Bruno Curcino Hanke, Mauro Cordeiro Andrade e Valéria Brasil.
4.1 Cartéis inscritos
1. … ou pire
Bethânia Pena dos Santos
Cristina Holzinger (+1)
Graça Curi
Lícia Mara Dias
Paula Strozenberg
Data de Inscrição: 13/04/2023
2- O Aturdito
Cristina Holzinger
Flávia Coutinho
Luciana Schmidt
Margarida Chaves (+1)
Mônica Brandão
Data de inscrição: 23/08/2023
3. Escola e dispositivos
Diana Mariscal (+1)
Gêisa de Carvalho Silvia Ferreira
Heloisa Godoy
Silvia Myssior
Data de inscrição: 19/08/24
4. Sobre a discussão clínica
Angela Rocha
João Carlos Martins
José Eugenio Gomes
Licia Mara Dias
Sofia Sarué (+1 )
Data de inscrição: 27/11/24
4.2. “PROCURA-SE CARTEL”
1- O que a psicanálise propõe como acolhimento e atendimento ao sujeito autista ?
2 – Angústia
3- A clínica psicanalítica com bebês .
4- A psicanálise na contemporaneidade e a condução do analista
5 – Onde está o sujeito na Psicose?
6 – A constituição do sujeito da psicanálise
7- O que é um analista