Em 1993, a partir de um corte, fundou-se a instituição nomeada Aleph Psicanálise e Transmissão e apontou-se uma direção que viria a ser confirmada 10 anos depois.
A escolha desse nome adveio da teoria dos números transfinitos do matemático Georg Cantor, pontuada por Lacan, em sua ‘Proposição de 9 de Outubro de 1967’, como a teoria que alcançou sua consistência do desejo. Neste texto, afirma : “É útil pensar na aventura de um Cantor, aventura que não foi precisamente gratuita, para sugerir a ordem […] em que se situa o desejo do analista. Essa aventura cantoriana é a busca contínua de situar o desejo. O estilo da comunidade analítica afeta diretamente sua prática.”
Em 1995, em nossa “Carta de Princípios”, já se afirmava: ‘A transmissão da Psicanálise é a razão de uma Escola e define-se como ato de transmissão de um desejo inédito, que, enquanto ato, tem suas raízes na experiência analítica cuja singularidade se decanta em estilo e entusiasmo. O estilo sustenta a hiância da estrutura e promove o seu enodamento à lógica do real.’
Em novembro de 2001, momento do ato da passagem de instituição a escola, Aleph – Escola de Psicanálise recolhe o dizer do que daí se decantou e se produziu de saber, fazendo enlace à causa analítica. O estatuto aprovado em Assembleia Geral Ordinária, em 19 de Fevereiro de 2004, na divisão Associação-Escola, escrevia a direção ética que situava a transmissão da Psicanálise como razão de uma Escola e o ato de transmissão como a marca de um desejo inédito: o desejo do psicanalista.
Desde então, a experiência do Passe e de Cartel os confirma como pilares d’Escola, procedimentos de transmissão. A Escola, enquanto superfície, suporta o real, tendo os Cartéis e o Passe função de corte que revela a estrutura e a movimenta.
A experiência do Passe tem como função garantir os efeitos de convocação feita pelo real da experiência do final de análise, o destino da formulação e transmissão do real da cura no passe, onde se depurará algo em torno do há (do) analista.
O Cartel sustenta a transferência de trabalho na Escola. A escrita borromiana dessa experiência se explicita com um mínimo de três cartelizantes, número que se enoda pelo quarto elemento na função de “+1” (mais um).
“Os dispositivos são como exercícios do desejo. O exercício do desejo é um tratamento dado ao discurso no seu conjunto”. Lacan adverte aos psicanalistas em 1980: “Não espero nada das pessoas, apenas alguma coisa do funcionamento”.
A experiência fundamentada em cartel e passe propicia que os demais espaços do Aleph-Escola de Psicanálise – seminários, jornadas, publicações, biblioteca, admissão de membros – também tenham como base a psicanálise em intensão e seu horizonte, a psicanálise em extensão.
Os analistas membros do Aleph-Escola de Psicanálise, implicados com a causa analítica, cada um em sua particularidade, abrem, neste site, informações e trabalhos desenvolvidos na Escola.