Comissões . Comissão de Publicação

Resto, recolha e escritos… como desdobrar esses elementos numa publicação em uma escola de psicanálise?

Publicar implica tarefa, mas, também, passagem. Passagem do que se ouve e do que se escreve e o que disso se depura, talvez, em transmissão que, por sua vez, faz avançar a construção da teoria. Nesse movimento, percebe-se já uma temporalidade outra, nachträglich, própria do inconsciente.

Para Lacan, o texto analítico produz efeitos que vão além do que dele se compreende e cuja extração lógica porta o paradoxo de um corte, situando então a publicação na dimensão de um conjunto aberto, não todo, furado, ancorado num semi-dizer.

Publicar é, então, apontar para um impossível, pois não se esgotam as questões. Mais que isto, é deste impossível, “é disso que falta, que mais um número pode vir a se escrever…e publicar”¹. Seu alvo é provocar e atingir em seus possíveis leitores a experiência limite própria ao esforço constante de redução ao ponto de letra.

Em 2024, propomos seguir com o exercício de trazer impressasas letras recolhidas na Escola, revisitar trabalhos publicados e trazê-los a público numa segunda volta.

 

Comissão de Publicação

Luciana Schmidt Amaral
Nathália Turcheti
Patrícia Santiago
Vanda Pignataro Pereira

 

 

[i] PERES, Rossely. Da responsabilidade de um escrito para a escola. In Documentos para uma Escola III Um percurso de vinte anos. Escola Letra Freudiana. ano XX, no.0, p. 37.