Laços com a Cidade – 1º de julho
Cura: a arte como ocupação e laço com a cidade
O espaço Laços com a Cidade visa uma escuta de questões que envolvem discussões diversas com a cidade e o trabalho de uma Escola de Psicanálise. Esse ano estamos privilegiando a articulação entre segregação / ocupação da cidade – termos que trazem a noção de certa hierarquização dos indivíduos, envolvendo aspectos subjetivos, identitários e de exclusão. O cotidiano na cidade, o compartilhamento de espaços comuns e as diversas formas possíveis, que surgem da circulação dos afetos e dos discursos, é o que nos propomos enfrentar.
Assim, convidamos você para um encontro de trabalho com o Cura – Circuito Urbano de Arte. O Cura é um dos maiores festivais de arte pública do Brasil e, em 2017, presenteou Belo Horizonte com seu primeiro circuito de pintura em empenas (parede lateral de um edifício), criando o primeiro mirante de arte urbana do mundo. O projeto foi gestado por três mulheres: Janaína Macruz , Juliana Flores e Priscila Amoni . Sabe-se que não existe registro de outro festival em que o público possa acompanhar, ao vivo, de um só ponto, a feitura das obras pelas ruas, recantos e lugares da cidade de Belo Horizonte. Um festival, em um tempo que evoca a força das águas do Rio Amazonas e a energia da floresta, com seus seres encantados e entidades, para desaguar na praça Raul Soares, centro geográfico de BH – a Raulzona, assim chamada a praça-encruzilhada de afetos, culturas e experiências é agora também um novo espaço de imersão em arte pública na cidade.
Na edição 2019 do Cura, no bairro Lagoinha, a cidade ganhou outro mirante, agora na rua Diamantina, de onde é possível se encantar com pinturas de prédios, muros e estabelecimentos comerciais, somando 11 obras de arte pública.
Já na 6ª edição do CURA, o público testemunhou uma Anaconda ganhar vida no asfalto (a maior pintura Shipibo do mundo). Os Shipibo-Conibo ou Shipibo-Konibo são um grupo étnico da Amazônia peruana, que se distribui ao longo das margens do Ucayali, Calleria Pachitea, Aguaytía, Tamaya e do lago Yarinacocha. O grupo compartilhou vivências que reverenciaram a presença marajoara na praça, se encontrou com uma instalação urbana inspirada no círculo do cosmograma Bakongo e seus bonecos erê/nvunji/criança, do Grupo Giramundo… Estar na praça, enquanto cores e formas ganham vida nas fachadas dos prédios, foi uma experiência única: a Raulzona convoca o público a estar no centro e as empenas em volta são como entidades que nos olham.
O Cura deixa como legado para a capital mineira o primeiro Mirante de Arte Urbana do mundo, localizado na rua Sapucaí, Floresta. O ponto turístico pioneiro, frequentado ao longo de todo o ano por milhares de pessoas, ganhou da Belotur, em dezembro de 2018, duas lunetas fixas e públicas, melhorando a experiência de apreciação da coleção dos murais gigantes do CURA.
As intervenções nos prédios de BH são a marca desse projeto. No Edifício Paula Ferreira – Praça Raul Soares, 265 – o Cura registrou uma intervenção considerada referência mundial em graffiti 3D, e orgulho de Beagá. Já o Ed-Mun(MG) foi o anfitrião da 6ª edição do CURA. No Edifício Paula Ferreira, tags falam sobre pertencimento e identidade e marcam o território pelas mãos de quem se inscreve na cidade de outras formas. No Edifício JK, criada em parceria com cineastas e pesquisadores mineiros, a intervenção “Vráaaaa na Raulzona” foi projetada na fachada do bloco B do Edifício pelo VIVA JK – coletivo formado por alguns de seus moradores e amigos, em outubro de 2021.
Vivência artística no Dia de Finados, um encontro dos povos Huni Kuin, Shipibo, Marajó, Pataxó, Kambiwá, Quechua, Aymara e Aranã marcou a Raulzona, em um ritual coletivo de CURA e encantaria, guiado por Tainá Marajoara (PA), em criação coletiva com Patrícia Brito (MG), Mayô Pataxó (MG) e Silvia Herval (MG), com a presença do Comitê mineiro de apoio à causa indigena .
Em fevereiro de 2022, o cinquentenário Giramundo, referência mundial e um dos mais antigos grupos de teatro de bonecos do Brasil, reencontraram as ruas de BH com a instalação GIRA DE NOVO. Idealizada em parceria com o CURA, a obra se inspirou no círculo do cosmograma Bakongo, conhecimento trazido pelo antropólogo congolês Bunsenki Fu-Kiau, para levar à Raulzona os ciclos do universo e do tempo, os movimentos do sol e as fases da vida humana como símbolo de recomeço. Enfim, vem saber de algo inusitado em B.H.
Dia: 1 de julho 2023
Horário: 10: 30 às 12:00. Presencial / on-line
Local: Aleph Escola de Psicanálise
Rua Francisco Deslandes , 971 sala 1102
Coordenação: Heloisa Godoy, Luiz Henrique Magalhães, Sabrina Mascarenha, Suzanne Bouchardet
Link: https://us02web.zoom.us/j/84605380479?pwd=bVE3d2ZLK29oNHBab1VIRFNleVAxdz09
Plataforma Zoom
ID: 846 0538 0479
Senha: 438334
*Material retirado das divulgações do Cura nas redes sociais.